Foto Steve Halama |
Quantas vezes temos atitudes impulsivas de que mais tarde
nos arrependemos?
Quantas vezes deitamos cá para fora lixo emocional, dizemos
ou fazemos coisas inapropriadas num momento?
Quando reagimos, o que nos incomoda não será o que alguém
disse ou o seu comportamento. Terá a ver com o significado que atribuímos ao
que presenciamos. Não é errado. E há consequências.
Acredito que somos seres em aprendizagem e, estes
comportamentos impulsivos são úteis para que possamos tornar-nos conscientes de
nós, do sistema de crenças que aprendemos em sociedade e com a familia onde
crescemos, onde somos formatados para pensar de uma determinada maneira;
Ao tornarmo-nos conscientes destes nossos comportamentos,
podermos dar conta do efeito que esta formatação tem em nós, nas nossas
relações, na vida que levamos. Pela minha experiência pessoal, observo que nos
libertamos da formatação, com o poder de questionar os conceitos que temos.
Para isso, há que ficar quieto para podermos escutar e sentir o
que vem de dentro.
Muitos destes aspetos que cada um terá no subconsciente,
tomam conta dos comportamentos impulsivos, serão aspetos do nosso passado
a vir ao de cima. Recalcamentos, frustrações, dores, culpas, vergonhas, medos.
Tudo o que temos na Sombra por tornar consciente, por
investigar, por sarar, virá ao de cima, cada vez que alguém à nossa volta tem
um determinado comportamento. Vivemos a reagir no Presente com assuntos
do Passado.
Estes aspetos serão como botões ativos que temos no corpo,
com luz acesa. À nossa volta, os outros irão carregar nesses botões, sem eles
próprios estarem conscientes deste processo que é em si mesmo inconsciente.
Temos aqui uma grande oportunidade de olhar para nós e sarar
feridas antigas; de regressarmos a quem somos de verdade, seres humanos
completos e equilibrados.
À medida que vamos mergulhando e atravessando o nosso
deserto interior, o que nos incomodava antes na atitude de outros, deixa de nos
incomodar.
Afinal, o que incomodava estava cá dentro e não fora de nós.
Significa que nos tornamos frios e insensíveis? Bem, isso já
somos. Só não queremos admitir.
Pondere um pouco: em que situação seria útil para si ser
''frio e insensivel''? Em que situação se deixou prejudicar por não querer ser
visto como frio e insensivel? O que fez? Em que situação deixou de ser quem é
por causa deste medo do que possam pensar de si?
Estes aspetos são-nos úteis em alguns momentos.
Será que um cirurgião conseguiria abrir o corpo humano e
operar, sem uma dose de ''frieza e insensibilidade''? Não me parece.
Quando nos permitimos não ter uma reação
imediata a algo que alguém diz ou faz que nos incomoda, deixando
um espaço de tempo, podemos ter acesso às maravilhas que o Universo/Deus
tem para nos oferecer.
Naquele momento, antes de fazer ou dizer qualquer coisa,
podemos tomar consciência de reações que repetimos e dos efeitos que têm em nós
e nas nossas relações, naquilo que pensamos no momento, no que sentimos;
permite-nos escutar, questionar conceitos que vêm connosco do passado e nem são
nossos, permite-nos tomar opções conscientes e saudáveis.
Tornar-me consciente de mim não serve para me criticar,
censurar ou diminuir. Há a possibilidade de me libertar, de me abandonar
menos vezes e de estabelecer uma relação de amizade comigo e com a vida.
E nada me obriga a conviver com quem não quero conviver. Tenho sempre opção.
Optar por refletir antes de abrir a boca não faz de nós
seres passivos ou resignados. Antes pelo contrário, coloca-nos em ação
criativa ( em vez de reação destrutiva).
Ficar quieto e calado antes de dizer ou fazer alguma coisa,
permite não descarregar em cima de outros as nossas frustrações, angustias,
medos, dores.
Dá-nos ao mesmo tempo, oportunidades de diamante e um
convite para voltarmos a atenção para nós, à descoberta de lições preciosas que
trarão a cura das feridas do passado.
Não iremos transformarmo-nos em pessoas ''boazinhas''. Ser
bondoso é diferente de ''ser bonzinho''.
V
amos antes assumirmo-nos como seres completos e, só assim
ficaremos equilibrados interiormente, para viver a vida com menos dramas, muito
mais próximos do nosso EU-Verdadeiro - a Essência da Alma.
Boas reflexões!
©2017- A Sombra Humana, Ângela Antunes | abracarasombra@gmail.com
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