quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Não me conheces. Só conheces o que pensas de mim.


Não me conheces. Só conheces o que a tua mente te diz de mim.
Eu também não te conheço. Só conheço o que a minha mente diz de ti.
Nem tão pouco me conheço. Só conheço o que a minha mente acreditou àcerca de mim.

Tu não és a tua mente. Eu não sou a minha mente.

Estudos e investigações dizem que a mente é uma ferramenta que faz parte de ti e de mim. Necessária para viver no plano físico, aqui na Terra, a vida no dia-a-dia. Para pensarmos como vamos daqui ali. Para pensarmos como fazer algo. Para investigarmos, estudarmos, para construir coisas.

A mente não sabe como lidar com emoções, sentimentos nem tão pouco serve para nos relacionarmos uns com os outros nem serve para nos guiar no relacionamento connosco, no relacionamento com a vida, que está sempre em mudança.

Não precisas de acreditar em todo o pensamento que atravessa a tua mente

Os pensamentos sobre a Realidade que percecionamos, aparecem na mente e a mente humana acredita neles, presume, associa coisas, interpreta. Quando olhamos à nossa volta e vemos que alguém tem um comportamento que nos chateia, desagrada, incomoda, experienciamos a situação como se aquilo que pensamos fosse real e a verdade absoluta. 

A mente não consegue ter acesso a toda a informação sobre o comportamento de alguém. A vida é um mistério. Há coisas inexplicáveis. O que se sente não se explica. 

Exemplo: 

Ainda fico algo incomodada com pessoas que estacionam em segunda fila e vão tomar o pequeno-almoço, vão ao supermercado, vão à farmácia e por aí fora e eu quero sair com o carro e tenho de esperar e buzinar. Na minha mente passam uma quantidade de coisas e acusações a quem faz isto e generalizava (todos no mesmo saco) e, depois de investigar, explorar pensamentos à volta desta situação, comecei a receber novas ideias, esclarecedoras. Fez-se luz! 

Uma das coisas que compreendi foi que, se por norma naquela zona, é costume fazerem isto e, se isso me incomoda, então sou eu que tenho de fazer algo diferente. E fiz. Não estaciono onde é habitual fazerem segundas filas. Basta ser observador do que se passa. 

Sim houve um trabalho de investigação interior onde pude descobrir o que a situação me quer dizer!

Tu não és a tua mente. Não és quem pensas que és - Eu não sou a minha mente. Não sou quem penso que sou.

Vim a descobrir que cada um de nós possui dentro de si uma mente consciente superficial e uma mente sábia profunda (a Essência).

Pensamentos como ''As pessoas são todas umas idiotas, não respeitam ninguém, só pensam em si'', ''Para ganhar dinheiro tenho de trabalhar muito'', ''O dinheiro não traz felicidade'', ''Já não tenho idade para aprender'', ''Já perdi as minhas oportunidades'', ''Nunca fiz nada bem-feito''.

Lembras-te de alguma afirmação assim, que oiças muito ou costumes dizer muitas vezes de ti? E de outros?

Pensamentos que de certeza não trazem ânimo, bem-estar, confiança, energia. A mim, não trazem.

Estes pensamentos virão de um Campo de consciência coletivo. Não são meus nem são teus. Têm milhares de anos. Simplesmente aparecem na mente superficial e nós temos a capacidade de não acreditar neles, investigá-los, descobrir verdade e clareza a partir deles. este é o teu poder interno. Quando acreditamos neles, vivemos o dia-a-dia afastados da nossa Essência e, portanto, desgaste, frustração, emoções que nos destroem. Uma vida sem sentido nem propósito.

Variadas Fontes espirituais e quânticas informam-nos que existe um outro Campo de Consciência Elevada desconhecido e que existe dentro de nós todos. Falta despertar a conexão com esse Campo que possui pensamentos claros, orientação com sentido, alinhamento com a Fonte que nos permite viver o dia-a-dia e passar cada momento na companhia de quem verdadeiramente somos.

É o teu Eu verdadeiro. É o meu Eu verdadeiro. A Essência.

No processo de ir dentro, questionar pensamentos, de quietude e escuta interna começas a ouvir e a conhecer o teu verdadeiro Eu. 

No processo de ir dentro, questionar pensamentos, de quietude interna começo a escutar e a conhecer o meu
verdadeiro Eu.

É apartir dessa outra parte de nós que, quando olhamos para outros, para circunstâncias, vemos coisas muito diferentes. Os pensamentos que vêm são claros, amistosos, compreensivos, compassivos e revelam-nos a verdade sobre QUEM O OUTRO É.

E quando olhamos para nós, no mesmo processo, quando olhamos para o que fazemos, o que pensamos, hábitos que temos, partes de nós de que não gostamos, começamos a ver-nos de um modo muito diferente. Pensamentos sobre nós são diferentes, emoções que surgem, são diferentes. Tornamo-nos nossos amigos, tornamo-nos compassivos para connosco, revelam-nos a verdade sobre QUEM REALMENTE SOMOS, um ser completo que inclui tudo, amorosamente, as forças, as fraquezas, os erros e os acertos, as dificuldades e as facilidades. Adquirimos uma visão elevada do conjunto.

As projeções da Sombra no que vemos e experienciamos


A Sombra é apenas o que vive no nosso subconsciente que não recebe a Luz da Consciência. Tudo o que tu e eu rejeitamos, não gostamos, não queremos ser nem olhar, fica armazenado numa área do subconsciente, segundo Carl Jung. Essa área tem vida própria e aparece nas nossas relações, no que dizemos, pensamos e fazemos quando estamos em baixo ou distraídos. Aquelas coisas impulsivas que saem e ficamos zangados connosco porque não queríamos aquilo ...

E... esses aspetos do subsconsciente projetam-se em quem está à nossa volta. O que vejo em ti, é uma projeção minha que aguarda que a resgate e me torne consciente dela para que possa integrar-se em mim saudavelmente. Esta parte do trabalho diz-me respeito a mim! 

O que vês em mim, é uma projeção tua, diz-te respeito a ti. Não é da minha conta!

RESGATAR a sombra, é uma forma de trazer ao consciente e, na minha experiência de vários anos de trabalho, estudo e investigação da sombra (minha e de outros), tenho a perceção de que quando o Eu-Humano consciente se disponibiliza a ir ao encontro da sua sombra, é ajudado pela sua Essência/Eu Superior que vive DENTRO de si, a receber, a reconhecer, a sentir e processar emocionalmente (como que uma limpeza) com a LUZ. 

É o que eu chamo de levar a luz ao que está na sombra. 

À medida que o trabalho vai acontecendo, o que está às escuras dentro de ti deixa de ter força sobre ti, deixa de te manipular, prejudicar.

É por isto que queremos abraçar a sombra!

Lembrete:

Não somos obrigados a gostar de todos nem a conviver com todos os que nos causam stress, mal-estar. Não fazemos o trabalho para gostarmos de outros ou para nos aproximarmos deles! Há pessoas com quem não é saudável estar. Há lugares e situações que nos afastam de nós. Não temos de estar ali. 

Também há o reverso da medalha. Os outros não são obrigados a gostar de nós nem a estar ao pé de nós.Há pessoas que não são compatíveis connosco. 

Pela minha experiência é possivel aprender a viver esta circunstância de forma que nos traz força interior, sabedoria, amor por nós e capacidade! 

Se não fizermos as pazes com isto, estes aspetos irão perseguir-nos em todo o lado e iremos viver uma vida sem sentido, cansativa, repetitiva, sem interesse, afastados de quem Somos!

Um abraço amigo,

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Ângela Antunes
Facilitadora do Trabalho d’A Sombra Humana | Educação Emocional 
Quando queres ver a vida de outra maneira...

À Distância | Odivelas (Quinta Nova) | Lisboa (Espiral)


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