segunda-feira, 4 de julho de 2022

Parar Antes de falar, Antes de Decidir, antes de Concluir, antes de Agir ou antes de Reagir

Observo muitas vezes em mim, na minha comunicação, apesar de treino de anos, que por vezes, volto a reagir, a explodir antes de fazer a pausa. E depois culpo-me e deito-me ''abaixo'' ''já devia conseguir'', ''não devia fazer'' - FALSO. Não é assim que as dinâmicas funcionam. 


Agora, apercebo-me das coisas e processo-as mais rapidamente. Muitas vezes, no imediato. Consigo corrigir. Outras vezes, não ( e acredito que há aqui lições e aprendizagens para mim, eventualmente, para outros também!).

Naquele momento, quando não consigo respeitar aquele Espaço de Intervalo, falta-me a Atenção, o estado consciente que possibilita a Escuta Interna (para mim é escuta com um novo sentido que se vai desenvolvendo). Estar Presente para mim, ''estar comigo'' - difícil de explicar em palavras.

Tenho este tipo de comportamentos, normalmente quando estou desconectada do que se passa no meu interior, distraída de mim, nos momentos mais banais, mais insignificantes do dia. Quando a minha mente anda, por exemplo em coisas exteriores a mim que não posso fazer nada - o que o outros pensam, dizem, vivem, falam.

O mundo irá sempre ter distrações e coisas que nos levam a afastar de nós. É connosco que está o poder e capacidade para treinarmos a atenção a nós mesmos. Sem isso, iremos reagir continuamente a tudo e vivemos num desgaste sem fim, onde a vida parece um fardo.

São estes momentos a que chamamos de ''pequenos'' que podemos usar como treino para outros mais exigentes e que requerem decisões ou envolvimentos maiores da nossa parte.

A nossa Natureza inclui tudo o que gostamos e não gostamos em nós. Se não acolhemos e abraçamos, dispara uma luta interior, onde não nos é possivel este PARAR ANTES DE DAR UMA RESPOSTA.

Este tipo ''impulsivo'' pode não mudar. Pode ser uma tendência que temos. O que muda com treino, interesse, dedicação no trabalho interno é a capacidade de PARAR ANTES DE ABRIR A BOCA ou antes de tomar uma decisão ou antes de tomar uma ação ou antes de fazer um julgamento ou tirar conclusão.

Quando mais estivermos conscientes de nós, mais vezes vamos conseguir entrar neste Espaço de honra por nós e conseguir processar e expressar a nossa natureza de maneira grandiosa e saudável. 

Apercebo-me que quando me honro a mim, inevitavelmente honro também outros do meu dia-a-dia, sejam eles quem forem. Este honrar, muitas vezes não é como se imagina. Por vezes não tornar o outro uma vítima, é a maior dádiva que lhe podemos oferecer... isso significa dizer ''não'' quando é o apropriado. Estou a honrar-me ao não fazer o que me pede.

Quando é o outro a honrar-se? O mesmo. Está a honrar também a minha capacidade de chegar ao interior do meu Ser, está a capacitar-me a descobrir por mim e a desenvolver-me.


Parar Antes de Falar, Antes de Expressar, Antes de Decidir, Antes de Agir, Antes de Concluir

A meu ver é uma capacidade fundamental para processar toda a informação disponível em cada momento, em cada situação em cada interação, incluindo o que vai dentro de nós de maneira inexplicavel. É como se acedecemos a nova informação misteriosa e Sábia. Ficamos a Ver mais (Ver Interno da mente).

É a diferença entre ouvir e seguir a Voz da Mente formatada pela sociedade, com interpretações que ouvimos de outros, conclusões precipitadas, coisas que assumimos (quando a Realidade é um leque vasto de informação a que não conseguimos aceder totalmente) & conseguir escutar a Voz da Presença Profunda, o EU Sábio (Alma).

O Espaço  onde as resoluções para o dia-a-dia ficam claras e nítidas. Onde nos respeitamos sem desrespeitar outros.

A PAZ DE ESPÍRITO.

Acontece uma substancial diferença no modo de viver, estar, pensar, relacionar connosco e com o mundo e todos à nossa volta.

Um Espaço Misterioso que requer, ''estar presente'' para a mente poder ir bem fundo dentro de si.


O Espaço entre o que Acontece e a minha Atitude

Quando estou ciente de mim, num momento, do que me vai na cabeça, do que sinto, tudo junto naquele momento, costumo baixar a cabeça, levar o queixo perto do peito e fico à escuta... de uma Outra Parte de mim.

Naquele Espaço, o Tempo parece aumentar, às vezes são uns segundos apenas e, num estado de quietude, conseguimos apercebermo-nos de tudo:

- O que vou dizer, como vou dizer, o desgaste energético, mental e emocional que irei ter se reagir da mesma maneira, como é costume; 

- Apercebo-me da ''repetição'' de situação, comportamentos meus e de outros;

- Apercebo-me da necessidade de honrar quem sou e ''poupar-me'' a desgaste mental, físico, emocional, em que me afasto de mim e não sai dali nada de útil para ninguém;

- Dou conta de que me apercebo das minhas expectativas, exigências (sobre mim e sobre outros);

- Apercebo-me do que é fantasia da mente e a Realidade - e o que a Alma de pede;

- Um espaço de compreensão alargada da mente onde dou conta de uma Nova Informação Pacífica a chegar que me permite responder, agir (por vezes virar costas ou ficar em silêncio podem ser respostas apropriadas - nem sempre é verbalizar).

- Um espaço onde me apercebo das necessidades de outros que, por vezes, são contrárias às minhas e que para me respeitar e honrar não posso ceder aos caprichos de outros. Surge uma resposta minha, útil, saudável, onde confiança, valor e certeza interiores estão presentes.

- Neste Espaço, apercebo-me de limites e posso colocá-los. Quando me pedem algo e eu não posso cumprir porque isso iria contra a minha Natureza, então estou livre (crenças, rótulos, interpretações), naquele momento para colocar os limites saudáveis que forem apropriados.

- Tomam-se decisões sábias e compassivas.

A minha Vida tem-se transformado em Liberdade genuina - aquela que não é condicionada, aprisionada por ''estar agarrada'' a certos pontos de vista ou ideias. Permito-me ser flexível e mudar de ideias.

- É também neste Espaço que observo que os outros estão mais recetivos a escutarem a nossa versão porque o que pensamos, falamos, expressamos, fazemos, vem de um sentir profundo de dentro do nosso ser.

Contemplar Perguntas: (sem auto-condenação nem auto-crítica)

Nesse espaço, quando, verdadeiramente queremos encontrar paz e libertar-nos, poemos colocar algumas perguntas a nós mesmos e não ir a correr atrás das respostas. Apenas contemplar, como se fosse uma flor e esperar o tempo necessário até que chegue aquele ''ah, é isto''. O processo torna-se delicioso e sem pressa.

- O que se terá passado aqui? (abertura para descobrir coisas que não sei)
- Reconheço a minha incapacidade naquele momento de fazer/falar de maneira diferente
- O que há aqui para eu aprender?
- Que pensamentos vieram à cabeça naquele momento?
- Em que estava a acreditar naquele momento? (os outros deviam conseguir fazer as coisas de outra maneira, quando eu por vezes não consigo?)
- O que significou isto para mim?
- O que senti? Que emoções? Como ficou o meu corpo?
- Que medos vieram?

Faz uma lista e vai acrescentando. Preciosidades no processo de libertação.

No Trabalho da Sombra, um dos aspetos presente é que não é aquilo que outros dizem ou fazem que causam a nossa reação e sim como recebemos aquela informação. É Indicador de projeção minha a explorar e resgatar para se integrar. Só assim nos tornamos completos e equilibrados!

E quando não conseguimos dar aquele espaço de paragem e reagimos com alguém à nossa frente que disse ou fez algo que nos irritou . Sem condenações, primeiro, lembrar que temos esta dificuldade. E a seguir, num espaço a sós connosco, ficar a processar a informação (não é para trocar ideias com outros).

Quando  o que sentimos é muito forte e provoca uma raiva imensa (a raiva é um mensageiro e há maneiras de aprender a lidar com ela e expressá-la na sua forma saudável e criativa!), pode ser necessário descarregar em almofadas, gritos, paredes, saltos no chão. Comigo funciona correr ou fazer um trabalho de limpeza pesado, tipo esfregar chão, isto quando estou consciente de mim, do estado em que estou. A emoção proc
essa-se, liberta-me e traz-me clareza e informação. Fico paz.
Isto para não explodir com outros.

Não conseguir pôr em prática, o que se aprende, em todas as circunstâncias faz parte e vem lembrar-nos que somos Humanos e estamos a qui para experienciar o nosso lado Humano com todas as imperfeições, aprendendo com os erros (ou não) e podemos aprender a expressar esse lado Humano com Sabedoria, Utilidade, Compaixão, Cooperação, Bondade (é muito diferente do que se imagina).
  • Lembrete - O mundo nunca irá ser como queremos mas podemos aprender a estar no mundo com uma mente que pensa diferente, vê diferente, compreende diferente, expressa-se diferente. Consegues incluir tudo, e a Paz de Espírito é uma realidade porque agora consegues responder de uma forma diferente - e sim - irás ver um mundo novo surgir aos teus olhos - é a minha experiência e vivência. Parece que há ali algo que aparece que não estava lá antes. Um estado de êxtase pode surgir.
  • Lembrete - Somos Humanos!

Tive variadas experiências em que as pessoas não concordavam comigo, a um nível de personalidade, mental. No entanto, não se sentiram atacados por mim (um hábito prejudicial que tinha desde adolescente, além do impulso era atacar outros e depois fui estudar e aprender porque quis aprender a viver de uma forma nova que me permitisse a paz dentro de mim).

Ter em atenção também:  há também pessoas que comunicam de forma doce e suave e parece que ''não partem um prato'' muitas vezes e conseguem ser manipuladoras, sedutoras e atacam outros de maneiras súbtis e atacam-se a si mesmas e acabamos por nos sentirmos culpados! Tão prejudiciais serão estes comportamentos como os impulsivos, onde não conseguimos discernir o que vai sair da boca antes de o fazer.

A Física Quântica afirma que ''O Tempo estica''. Pela minha experiência, parece-me que será isso que acontece, uma vez que sabemos coisas da Vida naquele momento, sobre uma situação, uma interação, uma decisão, compreendemos melhor a dinâmica da Vida a existir ali.

Para mim, acredito que naquele espaço, a mente que antes, estava rígida e fechada a novas possibilidades, começa a abrir-se, muito pela nossa vontade/interesse em estar Presente/atenção consciente. 

Se não estamos interessados neste processo, em querer vivenciar, querer aprender e descobrir com o momento que passa, em cada interação do dia-a-dia (na fila do transporte, na fila do multibanco, no supermercado, com os colegas, na rua, no café...) nada acontece.

No próximo texto, daqui a uns dias, irei publicar aqui no blogue exercícios práticos e dicas de aplicação.

Um abraço amigo,

Ângela Antunes | Facilitadora | Abraçar a Minha Sombra com Educação Emocional, numa vertente de Espiritualidade e Auto-descoberta| Email: abracarasombra@gmail.com

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