segunda-feira, 4 de novembro de 2013

É fácil gostar das pessoas boas, simpáticas, disponiveis e alegres ...

Dificil é gostar daquelas que estão tristes, ressentidas, antipáticas, arrogantes, indisponiveis, zangadas ! Talvez sejam estas quem mais precisa da nossa simpatia, do nosso sorriso, da nossa bondade, da nossa compreensão e compaixão.

Que vida terá alguém que mostra estes aspetos?
Como posso eu criticar alguém se não fiz o mesmo percurso desde a infância ?
O que fazemos quando encontramos pessoas que no momento estão naquele estado? Num banco, no supermercado, no trânsito, na escola da filha. Será que as censuramos por não gostarmos do que vemos?

Será que nos queixamos a outros?
''as pessoas deviam ser simpáticas'',
 ''as pessoas deviam ser alegres'',
''as pessoas deviam ser disponiveis''
''as pessoas não se deviam mostrar zangadas''
as pessoas deviam... as pessoas não deviam ... as pessoas ... as pessoas...

Se é fácil, sejamos nós a dar o exemplo, sendo simpáticos, amorosos, compassivos para com aqueles que estão num mau momento.


E quando nos toca a nós?
Quando nos sentimos tristes, zangados, ressentidos, magoados?
Será que conseguimos ser suaves connosco? Carinhosos connosco?Compassivos connosco?

Por norma, tratamos os outros como nos tratamos a nós. Não estamos conscientes disso.

O que fazemos à nossa antipatia?
À nossa arrogância?
À nossa indisponibilidade?
À nossa tristeza?
Ao ressentimento que trazemos de trás?

Arranjamos maneira de distrairmos o que sentimos?
Ocupamo-nos com a vida dos outros? Seja em revista ou ao vivo?

Enquanto fugirmos de tudo o que nos incomoda e mergulharmos a fundo e abraçarmos tudo, todas as experiências e aprendizagens, iremos viver as projeções da nossa sombra, refletida em quem nos rodeia.

Quer queiramos quer não, quer gostemos da ideia ou não, vamos ter um lado sombra que se torna prejudicial à nossa vida, às nossa saúde, às nossas relações, às nossas finanças, se não for reconhecida e amada.

Amar a sombra não é dar seguimento aos impulsos e prejudicar intencionalmente outras pessoas.

É apenas levar a luz ao que está na sombra.
Aprender com ela.
Em vez de inimiga, transforma-se em nossa aliada e deixa de se intrometer nas nossas vidas.

Ângela Antunes


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