domingo, 9 de março de 2014

Quando tudo corre como queremos, é fácil sentirmo-nos gratos à Vida

Quando a vida corre como queremos, é fácil sentirmo-nos gratos à vida , pelo que temos, por sermos quem somos;  vemos as pessoas bonitas e bondosas, desvalorizamos a importância das coisas;  meditamos ao pôr-do-sol e somos todos ''Um''! Vemos harmonia e paz à nossa volta, e até acreditamos que ''é possivel mudar o mundo''!

Os filhos tiram boas notas, o meu negócio que está em expansão , tenho cada vez mais clientes, o chefe aprecia o meu trabalho; fui promovido; tenho o companheiro perfeito , damo-nos bem,  gostamos das mesmas coisas; os meus amigos, apoiam-me tanto; tenho uma excelente relação com a minha mãe; o dinheiro entra na minha vida facilmente; os filhos entraram para a Faculdade com boas notas e era o que eu mais queria...

E quando tudo o que pensamos ser algo adquirido que veio para ficar , desaba?
Onde fica o ‘’tudo é Um’’, a Bondade e a Gratidão, sobretudo comigo que estou a fazer o melhor que consigo?  

O filho envolveu-se com drogas; sou chamada à escola continuamente por causa do mau comportamento da filha. O marido não ouve o que digo, não limpa as botas quando vem da rua e a casa está sempre suja e não dá valor ao que eu faço; o patrão enviou-me para outro Departamento que eu não gosto. O pai embebeda-se com frequência; o companheiro deixa a roupa espalhada no chão; o meu pai bate na minha mãe e grita comigo; o chefe põe defeitos no meu trabalho;  não tenho clientes;  o meu negócio foi à falência;  tenho dívidas;  o meu projeto não foi aprovado;  fiquei desempregado ...
Será que nesses momentos Deus, o Universo, foram tomar café ou estão distraídos e deixaram a raça Humana, por momentos, desamparados e por sua própria conta ?

Ou será que isto também é a Unidade, o Divino a apoiar-nos para a nossa própria Expansão, para nos transformarmos , para desenvolvermos capacidades adormecidas? Para descobrir os limites e poder respeitá-los; para descobrir fraquezas e forças; que possamos tomar consciência dos nossos comportamentos, das nossas escolhas assentes no medo; para que possamos descobrir a Compaixão, o Amor do Espírito dentro de nós.

São os desafios que nos fazem sair da ‘’zona de conforto’’ , que nos podem levar a questionar aquilo em que acreditamos.
Pois será aquilo em que acreditamos que nos prende a decisões assentes no medo, diariamente, e a uma vida de carência e escassez.

Embora não tenhamos muitas vezes o que queremos podemos encontrar a paz , sem resignação, seguindo as sensações do coração que nos diz o que fazer, onde podemos viver aquele momento sendo quem somos.

Se está a passar por um  desafio , pode perguntar-se: ''Se houvesse algo de Grandioso , um Bem Maior para mim,  nesta experiência, o que poderia ser ? que beneficios posso tirar do que estou a viver ? Que bençãos há aqui para mim? O que ganho com isto ?  O que posso aprender com esta experiência que ainda não aprendi ?''. 

Não é por estar dentro da experiência, é por ela ter acontecido.

Não se esforce por encontrar respostas. Deixe as descobertas virem à sua Consciência e registe-as em papel.

Não estou a afirmar que é bom ou está certo que o ser humano passe por determinados acontecimentos.

Como se sente cada vez que pensa’’ isto não devia estar a acontecer ?’’. ‘’É injusto’’, ´´A vida é difícil’’ , ‘’Não há soluções para mim ‘’ ?

E se vivesse essas mesmas experiências  e não pensasse nada disto ? Repare nas sensações do seu corpo ? repare como ficou a respiração. Mais tranquila? O que observa na situação se não pensasse que o que está a acontecer ‘’não devia acontecer’’?  Maior clareza mental ? Maior possibilidade de ver soluções ? Maior possibilidade de ouvir o que vai dentro de si ? Ouvir os seus pensamentos dissonantes ? reparar no que sente ?

Ângela Antunes

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