Aconteceu-me a mim? ou aconteceu para mim?

Uma, deixa-me a sentir vitima das circunstâncias, sem qualquer possibilidade de fazer algo  por mim.

A outra, dá-me a possibilidade de ser responsável pela forma como lido com o que aconteceu – não pela circunstância em si . 

Face às circunstâncias, o que posso fazer agora  por mim?

Uma, leva-me para o meu conhecido rolo de estórias que me deixam deprimida, com emoções tóxicas;  leva-me à resignação; ao desgaste interior.

A outra  pode leva-me a conhecer os meus limites , forças e capacidades.

Podemos aproveitar as circunstâncias adversas para continuar a encontrar culpados para o que vivemos, para o que vemos de errado à nossa volta| ou podemos aproveitar para  fazer alguma coisa por nós, crescer, amadurecer.  

Muitas lições que nos trazem, falam-nos de amor e compaixão. 

Falam-nos de respeito por nós e pelos outros.  

Falam-nos do regresso a nós mesmos!

Nenhuma das duas está mais correta do que a outra.  

Uma deixa-me a sentir mal, em stress, sem ânimo. 

A outra  permite-me o encontro com a paz , a leveza e o fluir com o movimento da vida. Sem lutas interiores.  

Há sempre opção. Podemos não gostar dessa opção. Há opção.

Há também o poder de questionar o que pensamos àcerca do que nos  incomoda e assim  podermos descobrir a  paz de espírito. 

O que nos incomodava, deixa de incomodar quando nos apercebemos realmente que cada situação adversa acontece para nos oferecer algo. 

Acontece para mim!

A Sombra Humana, Ângela Antunes