Somos seres emocionais. Aprendemos com as experiências que
nos marcaram emocionalmente de forma intensa.
Em crianças teremos sido seres
espontâneos, a expressar emoções, talentos, qualidades, sem distinção de
''bom'' e ''mau'', sem nos censurarmos. Num momento estaríamos zangados, aos
gritos, noutro momento tristes, a chorar e no momento a seguir de novo
entregues à exploração criativa do ser espontâneo.
De inicio, não precisamos de
aprovação de ninguém. Desfrutamos a nossa companhia.
Há um momento em que ralham connosco ou riem-se de nós por
algo que fizemos e começamos a aprender que há coisas certas e erradas.
Numas, somos apreciados e noutras somos censurados. E isso põe em causa a nossa
sobrevivência, dirá o Instinto da criança.
Aprendemos que há uma maneira de ser errada e outra certa.
Há emoções mal-vistas e outras bem-vistas. Não posso ser quem sou. Se me
respeitar não gostam de mim. E começamos a desrespeitar-nos.
Um processo que acontece de forma inconsciente. Um processo
humano coletivo.
Começámos a reprimir, esconder, a evitar mostrar emoções e
aspetos da nossa forma de ser, mostrando o oposto. Começamos a comportar e a
fazer as coisas ''certas' para termos o seu amor e o apoio dos adultos.
Assim, foi-se fechando à chave, no subconsciente, tudo
o que era ‘’proibido SER’’. Esses aspetos são uma energia viva oculta que mora
dentro de cada um de nós, AGORA. Uma energia que, acumulada é como uma
bomba-relógio que vai explodir a qualquer momento.
Os significados que atribuímos a todas as experiências que
vivemos, que observamos, mesmo que não fosse diretamente connosco, hoje em
adultos, influenciam a maneira como vivemos, como reagimos às situações.
Hoje, vivemos no Presente, com formas de pensamento
(crenças) adquiridas no Passado. Se não mexermos nestas crenças do Inconsciente
(e para isso há que as tornar conscientes), nos dias, semanas e anos
seguintes, iremos viver relações e situações muito parecidas com as que tivemos
antes.
As interpretações que nos causam mais danos são aquelas que
dizem respeito a nós próprioso: ‘’sou um produto danificado’’, ‘’não
valho nada’’, ‘’o que faço nunca é suficiente’’, ‘’não sou merecedor’’, ‘’não
sou importante’’ e muitas muitas outras.
Ao longo do tempo a maioria de nós terá vindo a repetir
estes mantras que afetam toda a nossa vida de adulto.
Ninguém poderia ter feito diferente. Ninguém sabia
mais. Hoje, podemos tornar-nos conscientes do que vive aprisionado no nosso
inconsciente, partes de nós que pedem atenção e carinho, como crianças à espera
da atenção da mãe e do pai. Podemos investigar e libertar da carga emocional
dolorosa que a maioria de nós carrega. Sentimentos de abandono, sentimentos de
não ser suficiente, sentimentos de impotência e frustração, que se
revelam de várias maneiras – em relações disfuncionais, dificuldades
financeiras, sentimento de estar sempre em dívida, na saúde.
Na medida em que nos vamos tornando conscientes, há mudanças
que começam a acontecer dentro de nós, novas perspetivas pacificas
surgem.
Começamos a ver o mundo de uma forma mais expandida , ‘’fora
da caixa’’. Serão as novas perspetivas que irão trazer paz interior. Uma mente
mais clara e emoções equilibradas. Os acontecimentos, não podem ser alterados.
Podemos encontrar novas maneiras de olhar para eles.
Que conclusões teremos tirado?
❏ ‘’Se não arrumares os
brinquedos é feio. Não gosto de ti’’ / Talvez tenha concluído ‘’Tenho que fazer
o que os outros querem ou então não sou amado’’. Talvez hoje faça muitas coisas
que não correspondem ao que sinto para não aborrecer as pessoas.
❏ Se não deixo a brincadeira
para acompanhar a avó à mercearia , ‘’significa que não me importo com ela’’.
‘’Não posso dedicar-me ao que gosto de fazer. Tenho de estar sempre disponível
para os outros para não ser visto como insensível.’’ Hoje, talvez viva num mundo
de obrigações e deveres onde não arranjo tempo para mim.
❏ Num momento de zanga, digo à
frente de outras pessoas ‘’não gosto da tia’’ e a tia diz ‘’Eu trouxe-te um
presente e agora tratas-me assim?’’. Posso ter concluído: ‘’Não posso ter
opiniões próprias nem expressá-las. Se o fizer sou prejudicada(o)''. Hoje, em
situações fico calado(a) e me deixo prejudicar, quando era altura de falar?
❏ Se as relações entre pai e
mãe, avô e avó, entre tio e tia ou outros eram conflituosas, talvez tenhamos
interpretado: ''O amor nas relações é doloroso’’ ou ‘’os homens/mulheres são
todo(a)s iguais’’ ou que ‘’as mulheres têm de ser submissas aos homens''
ou ‘’ tenho de abdicar de quem sou numa relação’’.
A maioria dos adultos vive de acordo com um ‘’Manual de regras’’
que se construiu dentro de si, segundo o qual tudo funciona de uma
determinada maneira, o que limita as nossas perceções sobre nós, sobre os
outros e não nos deixa ver a Realidade tal como ela É. Sem dramas.
Impomos limites e regras a nós próprios e achamos que é tudo
quanto existe e que não há solução para nós. As interpretações que trazemos do
Passado colam-se ao que acontece no Presente e depois reagimos , não ao que
acontece em si, mas a essas interpretações.
Está connosco a capacidade de resgatar o nosso poder
interior aprisionado por nós mesmos, dentro de cada um. Só poderemos reverter
este fenómeno se nos dedicarmos durante um bom tempo a mexer no que se
encontra, no que Carl Jung chamou de ‘’A Sombra Humana’’.
A capacidade de nos libertarmos dos fardos das crenças está
connosco. E não há ninguém que possa fazer isto por nós.
Não há uma forma certa de ser, de viver, de fazer as coisas.
Há a que cada um tem e, não significa que não se empenhe e dê o seu melhor e
aprenda coisas novas. E o seu melhor irá variar conforme se sinta com energia e
ânimo ou se sinta em baixo, triste, sem forças. Não deixa de ser o seu melhor,
no momento.
Não temos contrariar as opiniões dos outros, nem
convencê-los das nossas. Vivemos todos experiências diferentes. Não podemos
pensar e ter reações iguais às mesmas coisas.
É inútil discutir opiniões. Posso ouvir o que o outro diz e
sigo o que for mais apropriado para mim. O outro está no seu processo de
descoberta. Eu estou no meu. Isso é respeito por mim e pelo outro. Que tal como
eu, faz o melhor que consegue.
Ninguém tem de concordar connosco nem gostar daquilo que
gostamos. Eu também não tenho de gostar do que outros gostam. É bom para mim,
gostar das coisas que gosto, mesmo que outros não gostem. Basto eu, para me
apreciar e desfrutar de mim. É amor por mim.
Respeitar o que sinto, é amor por mim. Emoções não se
explicam. Sentem-se. Num momento vem a tristeza e eu recolho-me. A seguir vem
um momento de alegria. Sinto-a. Noutro momento vem a ansiedade. Sinto-a. Sem
rótulos. São apenas energia a viver-se. Ficar à escuta, permite receber
mensagens do universo, da Fonte, para nós. Informação útil. Se fugirmos delas,
não vamos ter acesso, de outra maneira. O universo/Fonte diz-nos sempre o que
fazer a seguir.
Não temos de conviver com toda a gente e não temos de gostar
de tudo e todos.
Não temos de estar sempre disponíveis. Por vezes, mostrar-me
indisponível para outros é amor por mim. É estar disponível para mim!
O que deixamos de fazer por nós, para que outros gostem e
aprovem quem somos e o que fazemos?
Que opiniões deixamos de dar, quando são diferentes do grupo
onde estamos envolvidos?Seja no emprego, na família ou com amigos. O que
poderia mudar sem este medo de expressar uma ideia diferente e que é honesta e
revela integridade para connosco?
- Afastamo-nos de nós quando aceitamos convites e não temos
vontade de ir.
- Quando comparamos a nossa maneira de ser ou o que fazemos
com a de outros
- Quando nos ocupamos com a vida dos outros e deixamos a
nossa sem soluções
- Quando somos inflexíveis e exigentes connosco e deitamos
abaixo as nossas decisões
- Cada vez que nos esforçamos para manter uma imagem que
queremos que outros tenham de nós.
A maioria de nós acredita que para ganhar dinheiro, a única
fonte é um trabalho de que não gostamos ‘’mas tem que ser’’. E que para nos
sentirmos merecedores do ordenado que ganhamos e termos um reconhecimento no
emprego, temos de trabalhar horas extras diariamente. Talvez
acreditemos que quem ganha dinheiro sem grande esforço é porque ‘’anda metido
em negócios escuros’’ e é trafulha.
Por causa de crenças como estas, vivemos enterrados em vidas
de esforço, de prisões financeiras, sem ver soluções ou alternativas. Falo por
experiência própria, porque já vivi assim. Hoje a minha vida é muito diferente,
com a ajuda deste trabalho.
A minha experiência diz-me ‘’Trabalha sobre as tuas
perceções e novas oportunidades virão ter contigo. É seguro e libertador
descobrir coisas novas. Investiga o que se esconde atrás dos teus medos e as
tuas decisões passarão a ser baseadas no Amor, por Ti. Quando decidimos em Amor
por nós, o Amor passa a estar presente para todos à nossa volta. Não da maneira
que se imagina, de uma forma quem se imagina. Só experimentando é que se poderá
descobrir’’.
Neste trabalho de resgate da sombra e educação
emocional, mergulhamos no sistema de crenças que se oculta nas
entrelinhas das nossas ações, das afirmações que fazemos. Levar a Luz ao que
temos na Sombra, cá dentro é algo sagrado e, em vez de uma inimiga
desconhecida, passamos a ter connosco uma companheira aliada que nos irá
ajudar de forma saudável e construtiva. Permite-nos um salto de consciência.
As nossas relações tornam-se verdadeiras,
maduras, íntegras, equilibradas.
As nossas escolhas, passam a ser conscientes e em sintonia
com o nosso sentir.
Este trabalho não está relacionado com Psicologia,
Psicoterapia, Filosofia ou Religião. Está assente na Espiritualidade.
Viver o quotidiano respeitando quem sou, que ao mesmo tempo, respeita quem os
outros são.
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