À medida que vamos desaprendendo o que fomos aprendendo ao
longo do tempo, …- como devemos ser no quotidiano; como temos de nos comportar nesta e naquela situação; como devemos pensar; em que moldes é que a vida funciona, onde não nos atrevemos a ter uma visão diferente ou a verbalizar, sob pena de sermos excluídos do grupo a que pertencemos, da familia, do meio profissional ou qualquer outro que se viva por aqui -
Foto: Unsplash Free |
Talvez não estejamos habituados a ''escutar'' o nosso interior.
Talvez estejamos habituados a escutar apenas a voz da crítica e censura e pensamos que aquela é a voz da nossa Alma e que é quem somos. Essa não é a voz da nossa Essência Divina.
A voz da Mente (Ego) e... da Sombra - uma tagarelice que traz desassossego, culpa, censura, vergonha, stress, drama... Fisicamente sentimo-nos mal. Quando surge esta conversa, reagimos de forma tempestuosa a qualquer coisa.
A voz da Alma/Coração/ do Divino em nós, traz-nos pensamentos, ideias, sensações... de bondade, paz, harmonia, criatividade, vemos as coisas como são sem drama; há clareza mental; compaixão por nós e pelos outros, há um estado de relaxamento físico e mental, e somos levados a agir em harmonia com o que sentimos. É quando conseguimos ver que raramente as coisas são o que parecem e não atribuimos muita importância a determinados acontecimentos.
Um caminho da exploração interna irá permitir conhecer a programação que trazemos, os conceitos aprendidos e com os quais rotulamos cada pessoa que se cruza connosco no dia-a-dia, cada situação que vivemos, cada comportamento que temos, cada ideia que nos surge e investigar a sua veracidade , leva-nos a descobrir o AMOR que somos e sempre fomos. Leva-nos a descobrir o Amor oculto por detrás de cada acontecimento.
À medida que desaprendemos o que aprendemos ao longo do tempo, a nossa vida interna – pensamentos/crenças e emoções
torna-se suave e doce – em consequência, a maneira como interagimos connosco e com o
mundo, no nosso quotidiano torna-se também suave e doce; e a vida traz-nos experiências onde conseguimos ver bondade e bençãos, quando antes viamos coisas diferentes.
Tornamo-nos, naturalmente e sem esforço, menos críticos, menos
insensíveis aos outros e à sua maneira de expressar quem são quando não concordamos com eles ou eles connosco, em compaixão a
lidar com erros, dificuldades e fraquezas humanas, dos outros e sobretudos com as nossas. Mais silenciosos mentalmente, ou seja, com menos necessidade de falar, um maior estado de atenção e Presença, onde nos é possivel processar serena e internamente o que vai acontecendo.
Ao refletirmos um pouco na maneira como vivemos no quotidiano os conceitos que temos sobre as coisas e ao verificar aonde nos nos têm levado, a que tipo de experiências, a que tipo de relações, a que tipo de decisões e como nos sentimos em função disso, poderemos saber se nos têm ajudado e nos trazem bem-estar ou se nos levam a andar num rodopio de stress e mal-estar.
Desaprender conceitos aprendidos, traz-nos de volta a nós e a uma vida em harmonia connosco, com outros, com a vida.
Em compaixão,
Ângela Antunes
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