sexta-feira, 27 de julho de 2018

Desaprender


À medida que vamos desaprendendo o que fomos aprendendo ao longo do tempo, …- como devemos ser no quotidiano; como temos de nos comportar nesta e naquela situação; como devemos pensar;  em que moldes é que a vida funciona, onde não nos atrevemos a ter uma visão diferente ou a verbalizar, sob pena de sermos excluídos do grupo a que pertencemos, da familia, do meio profissional ou qualquer outro que se viva por aqui -
Foto: Unsplash Free
           … escutar e seguir orientações interiores da nossa Essência torna-se natural e espontâneo. A nossa vida quotidiana vai ficando leve e com menos lutas interiores e exteriores. Sentimo-nos bem connosco. Confiamos nas nossas decisões e levamos menos coisas ''a peito''.

Deixamos de funcionar de acordo com um padrão que nos foi ensinado ou que foi por nós aprendido ao observar e escutar o meio à nossa volta e começamos a dar resposta adequada a cada situação, em sintonia com o que sentimos cá dentro.

Talvez não estejamos habituados a ''escutar'' o nosso interior.
Talvez estejamos habituados a escutar apenas a voz da crítica e censura e pensamos que aquela é a voz da nossa Alma e que é quem somos. Essa não é a voz da nossa Essência Divina.

Como distingui-las?

A voz da Mente (Ego) e... da Sombra -  uma tagarelice que traz desassossego, culpa, censura, vergonha, stress, drama...  Fisicamente sentimo-nos mal. Quando surge esta conversa,  reagimos de forma tempestuosa a qualquer coisa.

A voz da Alma/Coração/ do Divino em nós, traz-nos pensamentos, ideias, sensações... de bondade, paz, harmonia, criatividade, vemos as coisas como são sem drama; há clareza mental; compaixão por nós e pelos outros, há um estado de relaxamento físico e mental, e somos levados a agir em harmonia com o que sentimos.  É quando conseguimos ver que raramente as coisas são o que parecem e não atribuimos muita importância a determinados acontecimentos.

Um caminho da exploração interna irá permitir conhecer a programação que trazemos, os conceitos aprendidos e com os quais rotulamos cada pessoa que se cruza connosco no dia-a-dia, cada situação que vivemos, cada comportamento que temos, cada ideia que nos surge e investigar a sua veracidade , leva-nos a descobrir o AMOR que somos e sempre fomos. Leva-nos a descobrir o Amor oculto por detrás de cada acontecimento.

À medida que desaprendemos o que aprendemos ao longo do tempo, a nossa vida interna – pensamentos/crenças e emoções torna-se suave e doce – em consequência, a maneira como interagimos connosco e com o mundo, no nosso quotidiano torna-se também suave e doce; e a vida traz-nos experiências onde conseguimos ver bondade e bençãos, quando antes viamos coisas diferentes.

Tornamo-nos, naturalmente e sem esforço, menos críticos, menos insensíveis aos outros e à sua maneira de expressar quem são quando não concordamos com eles ou eles connosco, em compaixão a lidar com erros, dificuldades e fraquezas humanas, dos outros e sobretudos com as nossas. Mais silenciosos mentalmente, ou seja, com menos necessidade de falar, um maior estado de atenção e Presença, onde nos é possivel processar serena e internamente o que vai acontecendo.

Ao refletirmos um pouco na maneira como vivemos no quotidiano os conceitos que temos sobre as coisas e ao verificar aonde nos nos têm levado, a que tipo de experiências, a que tipo de relações, a que tipo de decisões e como nos sentimos em função disso,  poderemos saber se nos têm ajudado e nos trazem bem-estar ou se nos levam a andar num rodopio de stress e mal-estar.

Desaprender conceitos aprendidos, traz-nos de volta a nós e a uma vida em harmonia connosco, com outros, com a vida.

Em compaixão,

Ângela Antunes

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